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Delito de Opinião

Incoerências por incoerências

J.M. Coutinho Ribeiro, 28.12.09

Há dias, dizia-me uma amiga que se o casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse aprovado, teria de ir a um casamento não tarda muito. E que, provavelmente, até teria de ser madrinha. Não sei se da noiva, se do noivo, se. Encolhi os ombros - já estou por tudo. Pedi-lhe, apenas, que não se lembrasse de me convidar para a acompanhar no eventual evento. Do mesmo modo que já garanti que, como advogado, recusaria patrocinar qualquer parte num divórcio homossexual, também não me sinto preparado para entrar numa festa dessas. Tal como o Papa, acho que o casamento que é casamento, é entre pessoas de sexos diferentes. Tudo isto não invalida que respeite a orientação sexual de quem quer que seja. Ou que ostracize os homossexuais, desde que não sejam daqueles que, virilmente, impõem o seu incomodativo «orgulho». Ou que não respeitem a minha diferença.

Tenho visto, curiosamente, que os mais acérrimos defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo são aqueles que mais estremecem quando se lhes pergunta: «Como reagiria se o seu filho chegasse a casa e lhe apresentasse o namorado?».

Pois bem. Incoerência por incoerência, o único casamento homossexual em que admitiria participar seria o de um filho meu. Ou de um amigo muito próximo. Não iria muito feliz. Mas iria compassivo. E talvez até conseguisse esboçar um sorriso. Quanto ao mais, que o diabo seja cego, surdo e mudo. E paralítico.

 

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