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Delito de Opinião

Um notável trambolhão

Pedro Correia, 14.12.09

Se José Sócrates volta a dar ouvidos a conselhos deste género, como fez em 2005, arrisca outro enorme fracasso numas presidenciais. Como se não lhe tivesse bastado o fiasco encabeçado por Mário Soares, que o forçou a surgir na galeria dos derrotados em Janeiro de 2006...

Diz-se, à laia de argumento, que "cadelas apressadas parem cachorrinhos cegos". O lançamento da candidatura de Jorge Sampaio em Fevereiro de 1995, a 11 meses do escrutínio presidencial, também terá parido "cachorrinhos cegos", para usar a elegantíssima terminologia do José Teles, que cruza política com zoologia a (des)propósito de Manuel Alegre?

Já agora, convém escolher melhor os exemplos quando se mencionam candidatos que baixaram imenso de umas eleições para outras. Se é verdade que Otelo Saraiva de Carvalho caiu de 792.760 votos (16,2%) nas presidenciais de 1976 para 85.896 (1,5%) nas presidenciais de 1980, é muito mais esmagadora a diferença obtida por Mário Soares entre os escrutínios de 1991 e de 2006: 3.459.521 (67,9%) no primeiro, 778.781 (14,34%) no segundo - abaixo do "folclórico" Otelo de 1976. Um notável trambolhão do qual ainda não se refez por completo. Nem muitos dos seus apoiantes.

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