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Delito de Opinião

A Justiça é cega mas não surda. Mais que isto: tem Honra!

André Couto, 03.02.09

Mais uma moeda no caso Freeport. Mais uma voltinha mediática.

Os mesmos que se dedicaram à chacina política do Primeiro-Ministro, vêm agora tentar diminuir e questionar aqueles que, de dentro da Justiça, saem a terreiro na sua função mais básica, a defesa da verdade e da legalidade.

É giro que se questione a suposta campanha televisiva de Cândida Almeida, nada se dizendo contra a vergonha que foi o chorrilho de mentiras que a comunicação social publicou ao longo dos últimos dias. Recordo que se não fosse essa mentirosa e pouco escrupulosa acção concertada, não teria sido necessário o périplo da referida Procuradora. Mais, ela não ilibou o Primeiro-Ministro, limitou-se a dizer o que era verdade e o que era mentira em tudo o que surgiu, no âmbito das escandalosas violações do segredo de justiça.

Nas últimas semanas tem-se brincado à Justiça em Portugal. A comunicação social trucida o segredo de justiça e segue impune a caminhada de dilação e boataria que tem feliz acolhimento em todos os espaços noticiosos.

A justiça é cega, como se sabe, mas não é surda e tem Honra. Essa Honra foi colocada em questão e Cândida Almeida mais não fez do que tentar conter ao de leve o mar de sangue que jorra desta ferida.

Perante estes factos, quem a censura?

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