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Delito de Opinião

Um país sem tomates

J.M. Coutinho Ribeiro, 11.11.09

Ando com a sensação de que a única coisa estável, duradoura e verdadeiramente importante que estes mais de 30 anos de democracia geraram foi uma associação criminosa, imensa e ramificada, que atravessa os principais partidos políticos e que assenta no Estado em conluio com os privados. Passa pelos gabinetes dos governos, pelos demais órgãos de soberania, pelos órgãos desconcentrados da administração pública, pelas empresas públicas, pelas autarquias locais. Bastaria para que ficássemos consternados. Dir-se-á que não é um exclusivo português. Não, não é. O que é exclusivo português é a falta de pudor com que tudo se faz e, mais ainda, a impunidade que se lhe segue. E, também, a forma como todos vamos encolhendo os ombros a cada notícia sobre corrupção. Concluindo: Portugal é um país sem tomates.

 

 

4 comentários

  • Problema de saúde resolvido, João. Obrigado. O problema, agora, é recuperar o tempo perdido. Ufa!
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    João Carvalho 11.11.2009

    Ainda bem, Joaquim. O resto é que vai ser pior: metade do País também anda à procura do tempo perdido... e a outra metade já desistiu.
  • É, João. E que mais apetece? Desistir, pois, claro.
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