República vs. Monarquia
Durante os últimos dias reavivou-se um curioso debate sobre as virtudes e defeitos do republicanismo e da monarquia, com excelentes contributos (ler por exemplo o Carlos Abreu Amorim, o Henrique Raposo ou o João Távora). Basicamente, o que tenho a dizer sobre este assunto foi sintetizado por James Madison, em 1792:
“Uma república envolve a ideia de direitos populares. Uma república representativa escolhe a sabedoria, a qual numa aristocracia hereditária é uma hipótese [chance], excluindo ademais a opressão dessa forma [de governo].”
Com efeito, o republicanismo permite escolher os mais competentes para a acção governativa ou para exercerem funções de soberania (e substituí-los caso se revelem inaptos), enquanto um modelo hereditário submete os destinos do povo a um acaso (a existência putativa de um soberano capaz). No primeiro caso, a virtude política é seleccionável; no segundo, resume-se a uma eventualidade. It's that simple.
Dir-me-ão: mas numa república o povo pode de qualquer forma escolher um governante idiota. Pois pode. Mas não deixará de ser o idiota que o povo escolheu, e não o idiota que lhe calhou em sorte.