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Deixarei para mais tarde uma análise mais pormenorizada sobre o futuro que antevejo face ao panorama resultante das escolhas eleitorais dos portugueses. Por agora, apenas uma leitura aos resultados de cada partido.
PS - Foi o vencedor das eleições. Razão suficiente para cantar vitória. Na perspectiva de Sócrates, o facto de não ter ficado refém do BE para uma eventual maioria parlamentar justifica o seu rasgado sorriso, mas não vai ter vida fácil. A vitória desta noite pode significar a sua derrota a breve prazo. Precisará de gerir com pinças os acordos que vier a estabelecer à direita e à esquerda, até que uma moção de censura determine a sua queda.
PSD - O grande derrotado. Quando o maior partido da oposição sobe apenas 0,4%, num momento em que o governo é criticado à direita e à esquerda, demonstra a inabilidade da líder e o falhanço rotundo da sua estratégia. Não se derrota um governo sem propostas concretas e sem credibilidade.
CDS - O grande vencedor. Não tanto pelo crescimento em número de votação (o BE subiu mais), mas por ter conseguido fazer o pleno dos seus objectivos. Reforço significativo da representação parlamentar e único partido com possibilidade de fazer um entendimento com o PS para a formação de um governo de coligação.
BE - O partido que mais subiu e único a duplicar a sua representação parlamentar, falhou o seu grande objectivo: obrigar o PS a entender-se com ele. Nem o significativo aumento da votação e o facto de ter eleito deputados em nove distritos evitam algum amargo de boca na hora do balanço final. Foi um dos grandes vencedores, mas a vitória de nada lhe servirá se continuar a cometer os erros em que a esquerda europeia persiste. O PS estará à espreita de recuperar muitos dos votos que o BE agora lhe roubou, nas próximas legislativas. Corre o risco de se esvaziar se continuar a persistir nos mesmos erros. Os eleitores não deixarão de perguntar para que servem 16 deputados se o BE não conseguir fazer passar algumas das suas propostas.
CDU - Conseguiu eleger mais um deputado que em 2005 e, apesar de ter passado a ser a quinta força política, continua a ser a formiguinha laboriosa que vai levando a água ao seu moinho. Já muitos lhe decretaram a morte, mas resiste.
MRPP - Como é que um partido com 0,9% pode cantar vitória? Simples... Ultrapassou os 50 mil votos e passa a ter direito a uma subvenção anual de 3,33€ por voto. Basta fazer as contas para se perceber o sorriso de Garcia Pereira
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