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Delito de Opinião

Onde estará a tenista?

jpt, 20.11.21

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A "L' Equipe" de hoje tem esta primeira página, associando-se à preocupação global - muito catapultada pelas declarações alarmadas de várias das suas colegas - sobre o paradeiro da conhecida tenista chinesa Peng Shuai, desaparecida há cerca de vinte dias após a sua denúncia de ter sido violada por um ex-vice-primeiro-ministro chinês.

Mais do que tirar conclusões sobre o nosso ambiente discursivo e as hierarquias das preocupações que nele vigoram - por exemplo, imagine-se o que iria por esta imprensa nacional e pelas nossas redes sociais se uma tenista negra tivesse sido alvo num "court" de uma "boca" ordinária de um qualquer caucasiano, ou se uma tenista "transgenderada" tivesse visto posta em causa a sua condição atlética feminina -, ou grandes elaborações sobre o sistema político chinês, o que será de desejar é que a campeã chinesa logo se anuncie de boa saúde, saída de um qualquer retiro, destinado a fortalecimento psicológico, recuperação de qualquer lesão, ou treino físico peculiar. Ou de meras férias em recanto exótico. Esperemos isso. Ainda que o costume chinês de fazer desaparecer figuras gradas por razões do seu desalinhamento com o "Bom Senso" governamental faça temer que não se trata apenas disso.

Adenda: a tenista reapareceu. Independentemente de outras considerações isso é o fundamental.

Guerra de superfícies

João André, 15.07.13

Um belo artigo sobre a influência das superfícies no domínio dos "4 grandes" no ténis actual. Ou como a comparação entre desportistas de eras diferentes é uma discussão sem fim e (provavelmente) sem sentido. Parte preferida: «the question of who's the greatest player ever, in any sport, belongs more to folklore than to science»

 

Mas o Federer é o mais elegante de sempre...

Força de vontade e uns quantos recordes

José António Abreu, 08.07.12

Décima sétima vitória em torneios do Grand Slam (recorde masculino absoluto; Pete Sampras, o segundo na lista, venceu catorze). Sétima vitória em Wimbledon (recorde de Pete Sampras e de William Renshaw* igualado). Recuperação do primeiro lugar no ranking ATP e garantia de igualar o recorde de número de semanas nesse posto (faltava-lhe apenas uma para atingir as 286 de Sampras), devendo mesmo ultrapassá-lo (não se prevê que venha a ser destronado pelo menos até aos Jogos Olímpicos). Trinta anos de idade (trinta e um dentro de um mês), mais cinco que os principais adversários. Casado, pai de duas gémeas de três anos. Nos últimos dois anos e meio, um período em que não conseguiu vencer qualquer Grand Slam (então escrevi isto e continua a aplicar-se) muitos deram-no como acabado. Not quite. É que nem pouco mais ou menos.

 

* Mas as vitórias de Renshaw foram na década de oitenta do século dezanove, altura em que o vencedor de um ano tinha entrada automática para a final do ano seguinte; só em 1922 todos os participantes começaram a ter de passar pelo quadro geral.

 

Adenda (Segunda-Feira, dia 9, 8:45h)

1. Ontem fazia tenções de o referir e depois esqueci-me: este foi o torneio dos atletas com trinta anos, uma vez que Serena Williams, também com essa idade, venceu no quadro feminino.

2. É um excelente momento para ler (ou reler) o artigo que, em 2006, David Foster Wallace escreveu sobre Federer (e o ténis em geral).

 

(Foto retirada daqui.)