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Delito de Opinião

Hoje é dia de

Maria Dulce Fernandes, 23.03.23

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Hoje é O Dia Mundial da Meteorologia 

«Este dia foi escolhido por ser a data de criação da Organização Mundial de Meteorologia, com a entrada em vigor da Convenção da Organização Mundial de Meteorologia, em 1950.

Haver maior coordenação entre os serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais, autoridades de gestão de desastres e agências de desenvolvimento é fundamental para a prontidão na resposta que possa evitar ou minorar catástrofes. Ser capaz de agir no momento certo e no lugar certo pode salvar muitas vidas e proteger comunidades em qualquer lugar do mundo

 

"Soam trovões, rebenta a tempestade, os deuses estão zangados e o céu parece prestes a cair em cima da cabeça dos nossos gauleses apavorados." É num enquadramento idêntico que surgem os Charlatanix deste mundo. Claro que a Meteorologia é uma ciência que não estuda os fenómenos naturais no lançamento de conchas, no voo das aves ou nas entranhas de animais, e uma vez por outra acertam mesmo com as previsões, mas, não actuando em conjunto com a Protecção Civil ou as autarquias, por exemplo, os augúrios raramente reduzem o risco de catástrofes como se verificou pelas cheias que assolaram cidades e aldeias, um pouco por todo o país, há bem pouco tempo. O lema «Alerta Precoce e Acção Precoce» fica-se apenas pela precocidade.

 

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Hoje é O Dia Mundial da Optometria

«Este dia foi instituído pela Organização Mundial da Saúde para chamar a atenção para a deficiência visual e a cegueira.

A importância da visão na vida de todos nós foi o desígnio escolhido para comemorar esta data.

Em Portugal, estima-se que as alterações da visão afectem cerca de metade da população. Cerca de 20% das crianças e 50% dos adultos sofrem de algum problema visual.

Os optometristas estão na linha da frente dos cuidados com a visão, sendo responsáveis pelo atendimento primário da saúde visual e ocular da população. O papel destes especialistas nos cuidados primários da saúde ocular é cada vez mais reconhecido um pouco por todo o mundo.

Para a OMS, a optometria é a primeira barreira contra a cegueira evitável, garantindo a assistência à saúde visual e ocular, universal e de qualidade à população, reconhecendo e estimulando o contributo destes técnicos no despiste precoce de diversas doenças oculares que podem gerar cegueira, nomeadamente, o glaucoma e a retinopatia diabética.»

 

No princípio, era o verbo. Comigo começou assim, impossibilitada de distinguir verbos e outras formas gramaticais pela insuficiência visual, que nunca se prendeu com outro transtorno que não a vista cansada. Depois corrigi uma leve miopia com Implantes intraoculares, o que não impediu que necessitasse de usar óculos para ler e outros para ver TV. Bifocais não funcionavam e a mala que acompanha qualquer senhora no meu caso passou a XL para poder conter três caixas de óculos. Curiosamente, durante cerca de 70% de um dia de trabalho, não necessito usar qualquer tipo de óculos.

 

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Hoje é O Dia do Acupunctor

«Especialistas em Acupunctura têm o seu dia, 23 de Março, comemorado no calendário anual um pouco por todo o mundo. Ramo da medicina tradicional chinesa, a Acupunctura consiste na aplicação de agulhas em pontos determinados do corpo para efeito terapêutico.

Nas décadas mais recentes, assistiu-se à legitimação social desta terapia, mesmo tendo sido negada durante anos no Ocidente. Hoje vários médicos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, educadores físicos, enfermeiros, fisioterapeutas e até veterinários recomendam também esta especialidade aos pacientes que os procuram.»

 

Nunca fiz acupunctura. Tive muitos e bons conselhos a respeito das técnicas, mas como tenho uma certa fobia a agulhas, optei pelo tratamento tradicional, ou seja, duas cirurgias no espaço de um mês e meio e uma recuperação lenta e penosa, mas ao que parece no bom caminho. Foi o que teve de ser. Se houver uma próxima, e espero que não, vou pensar mais e melhor do que a meia dúzia de reflexões destas primeiras vezes.

 

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Hoje celebra-se O Início do Ramadão 

«O Ramadão, nono mês do calendário islâmico, é o mês sagrado do jejum: em 2023 começa hoje e prolonga-se até 22 de Abril. O nome, de raiz árabe, deriva da palavra ar-ramad, que significa calor escaldante. As datas de início e fim do Ramadão variam anualmente porque o calendário é baseado nas fases da Lua. O ano islâmico é mais curto do que o gregoriano. Isto significa que o Ramadão começa 10 a 12 dias antes em cada ano.

Este mês, para os islâmicos praticantes, é um período de jejum, oração e recitação do Alcorão. Os crentes reúnem-se em suas casas ou nas mesquitas com amigos e familiares após a oração do pôr-do-sol para quebrar o jejum. Esta refeição é chamada iftar. A refeição que precede o amanhecer antes do início do jejum chama-se suhoor. Assim, o jejum  estende-se  de suhoor a iftar

 

O Islão é uma religião bonita e limpa. É uma religião aguerrida, como a cristã também é, mas infelizmente tem sido deturpada e radicalizada em prol de fundamentalismos bacocos de gente com dinheiro que fomenta o terrorismo e engrandece a indústria do armamento. E enquanto a morte e a destruição forem lucrativas, as religiões serão sempre adulteradas e deixadas ao sabor da inflexibilidade da ignorância. 

(Imagens Google)

Ciclo de inundações, meteorologia, clima e mais catástrofes

João André, 19.07.21

Como será do conhecimento geral, na semana passada a Alemanha, a Bélgica e a Holanda sofreram chuvas intensas que levaram a inundações causando imensos danos e várias mortes. Estas inundações foram bastante intensas também na região onde vivo, sul de Limburg, onde fica Maastricht. Felizmente nada sucedeu no meu caso. O rio Maas subiu bastante, o passeio pedonal alo lado do rio ficou inundado, mas isto é também a intenção da sua existência, dado que existe mais uma barreira antes que atinja a rua. O local onde vivo fica a cerca de 50 metros do rio, mas o único risco que corri foi uma inundação da garagem pública onde deixo o carro.

Não foi assim em todo o lado. Em Maastricht 3 bairros tiveram que ser evacuados por receio de inundações depois de um dique ter ficado com um buraco. Segundo entendo, acabou por não haver problemas e as pessoas puderam regressar a casa depois de menos de 24 horas. Um pouco mais a norte houve outras roturas de diques que causaram inundações de algumas aldeias, onde os danos foram mais substanciais. Perto de Maastricht, em Valkenburg, uma vila muito popular para turismo na Holanda, o rio subiu imenso e inundou parte da localidade, causando danos a muitos cafés, restaurantes, lojas e várias residências.

Claro que isto não foi nada comparado com a Alemanha e Bélgica. Na Bélgica uma amiga teve as águas a parar a 10 metros de casa. Outra família de amigos teve de evacuar por dois dias enquanto esperavam. Felizmente voltaram para casa sem mais que um pequeno filme de água na garagem, sem danos importantes. Na Alemanha, uma colega teve sorte na aldeia onde vive porque tem a casa numa elevação, mas ficou sem água, luz e gás por 3 dias. E foi quem teve sorte, pois vários vizinhos ficaram sem casa. Ela tem agora em casa dela uma família de amigos, incluíndo um bebé de 10 meses, que ficou na prática sem casa, dado que a água rompeu pela parede do 1º andar e levou quase tudo, inclusive os que havia nos quartos. Várias pessoas morreram, presas nas caves e garagens (a tentar salvar pertences) e muitas outras estão desaparecidas (certamente que haverá mais mortes). Outro colega está desde quinta feira a "viver" num pavilhão porque a água atingiu metro e meio no rés do chão e ainda não recuou o suficiente.

E há ainda as muitas pessoas que morreram noutras zonas da Bélgica e, especialmente, da Alemanha. Parte do problema foi que o sistema de prevenção e comunicação não funcionou (as autoridades irão diagnosticar as falhas durante meses) e não se tomaram as medidas necessárias a tempo. Algo que não se pode dizer com certeza é que estas chuvas foram resultado das alterações climáticas. Houve vários aspectos que tiveram que suceder para estas chuvas acontecerem da forma que aconteceram, nomeadamente a acumulação de humidade no ar, a permanência das nuvens sobre uma região deliminatada durante muito tempo, etc, mas é impossível, pelo menos para já, dizer com elevado grau de certeza que estas cheias específicas foram resultado das alteações climáticas (AC) causadas pelo aquecimento global (AG).

Isto é porque certos eventos não podem ser relacionados especificamente com certas causas. Da mesma forma que não se poderá necessariamente apontar uma estrada deteriorada como causa de um acidente (o condutor poderá não tomar atenção, o carro poderá ter travões em mau estado, poderá haver excesso de velocidade e/ou álcool, um acontecimento imprevisto, etc), um evento meteorológico não pode ser apontado como consequência de uma situação climática. No entanto há já muito que se apontam chuvas intensas mais fortes e frequentes (causando inundações) como uma das consequências das ACs. Há várias causas, mas uma delas é que o aumento das temperaturas levará a um aumento evaporaçã e da capacidade do ar para absorver humidade, o que faz com que quando as chuvas sucedam, sejam mais intensas. Este mês de Junho foi o mais quente na Holanda desde que há registos.

Aquilo que esta situação está a fazer pensar é que as consequências que os cientistas previram para começar por meio do século XXI não estarão já a aparecer. Sejam estas chuvas na Europa, sejam as ondas de calor na América do Norte e norte da Rússia. Isto poderá indiciar que o complexo sistema que é o clima da Terra já estará desestabilizado o suficiente para causar já eventos extremos. Isto é algo que é comum ver em sistemas complexos, sejam eles de que tipo forem. Quanto maior for o sistema, maior pode ser a variação em relação ao ponto equíibrio quando este desaparece. Isto poderá estar agora a acontecer. Durante muito tempo, os oceanos absorveram grande parte do calor e do CO2 que foram gerados pela nossa actividade. Se atingiram a sua capacidade máxima de absorção, a energia poderá agora estar a ser libertada novamente e, se isso suceder, teremos talvez os chamados feedback loops em que cada nova consequência poderá ampliar o problema (exemplo: derretimento de permafrost na tundra canadiana ou siberiana libertando metano que vai exacerbar o efeito de estufa).

Vi várias vezes duas opiniões qeu acabam no mesmo: i) que a catástrofe deveria ter sido evitável, e ii) que estas situações não deveriam acontecer em países desenvolvidos (como Alemanha, Bélgica e Holanda). Que a catástrofe poderia ser evitável, parece claro. Acidentes podem sempre aocntecer, mas melhor coordenação evitaria pelo menos a perda de vidas e talvez muitos dos danos. Já que estas situações não deveriam acontecer nos países desenvolvidos é mais complicado. A Natureza acaba sempre por poder sobrecarregar quaisquer medidas que tomemos. A Holanda, mesmo com a sua maravilha de engenharia que são as Deltawerken, poderá um dia ser esticada para lá do seu limite. Não é preciso ir para o Burundi ou as Honduras para descobrir desastres naturais. E, co o caminho que o planeta está a seguir, esses serão cada vez mais parte do dia a dia.

O Inverno anunciado

João Pedro Pimenta, 27.02.18

Considera-se (isto é, eu considero) que o Inverno começa a moderar-se ou a ser "menos Inverno" a partir de vinte, vinte e tal de Fevereiro. Os dias são maiores, o frio glacial já passou, e a época das tempestades que caracteriza meados de Fevereiro começa também a dissipar-se.

 

Este ano, aparentemente, este fim de mês e início do próximo prometem ser verdadeiramente invernosos, apesar de já termos tido uns dias de frio. A Senhora das Candeias e o Phil de Punsxsutawney é que tinham razão: o Inverno estava mesmo para durar.

 

Já agora, quando é que os noticiários páram de falar no "mau tempo" que está a chegar? Com a seca gravíssima que o país atravessa, a chuva e a neve que caem por todo o país são tudo menos mau tempo.

O bom mau tempo

Pedro Correia, 09.01.18

Os canais de televisão que passam o ano a alertar as massas ignaras para os riscos do aquecimento global e polvilham os telediários com oportunas notícias sobre os malefícios da seca prolongada são os mesmos que chamam "mau tempo" aos dias chuvosos. Sem perceberem que mau tempo, para boa parte daqueles que os escutam, é haver semanas e meses sem um só pingo de chuva a cair do céu.

A árvore e a floresta

João André, 20.01.17

Vou a caminhar pelo Pinhal de Leiria e a certa altura, ao passar por uma clareira, dou de caras com uma sequência de eucaliptos. Sigo através deles por mais uns 10 ou 200 metros e regresso aos eucaliptos. Dou um suspiro. O Pinhal de Leiria não se transformou num Eucaliptal de Leiria.

 

Muita gente que fala da neve no Algarve no âmbito das alterações climáticas teria a visão oposta.

Alerta vermelho

Rui Rocha, 13.02.16

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Pelo visto, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera pôs o distrito de Braga em alerta vermelho devido à agitação marítima. Se bem percebo, as ondas de 14 metros podem chegar a Cabeceiras de Basto, passando aqui pelo Bom Jesus e pelo Sameiro. Nunca fiando, vou tomar as minhas precauções apesar de morar a 30 quilómetros do mar em linha recta.

Nota mental

Rui Rocha, 09.02.16

Parecendo que não, pouparíamos muito tempo e consumições se aceitássemos duas consequências inquestionáveis de factos meteorológicos: a) a estrada da Torre encerra sempre que neva na Serra da Estrela pelo que não vale a pena ir ver a neve quando neva; b) em Fevereiro, não vale a pena organizar Carnaval à "moda" do Rio de Janeiro a norte de Santarém.