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Delito de Opinião

realidade versus ficção

Patrícia Reis, 30.01.14

De uma forma perigosa, a relidade confunde-se e supera a ficção.

Recolho histórias que são bizarras, absurdas, medonhas, de partir e congelar o coração.

Tudo isto para um livro que talvez venha a ser, ou nem por isso. Nunca se sabe.

A maioria das histórias não as posso escrever, a realidade tem um peso suplementar que não co-existirá bem no preto e branco. Há ideias que deveriam ser deixadas de lado, já sei. Mas sou tão teimosa que insisto.

Já nem digo:

 

Irra!

 

ou

 

Cruzes!

 

ou

 

Meu Deus!

 

Neste mundo onde agora me movo, como jornalista de investigação que, afinal, acho que não deixarei de ser, qualquer expressão de pasmo é inútil. Absolutamente inútil. Perguntam-me:

 

Mas andas a fazer o quê?

 

Posso garantir que ando pelos degraus do inferno. Se, um dia, o livro sair, contarei tudo, contarei mais. Agora não posso, não consigo. Estou de tal forma espantada e zangada que me sinto incapaz de discutir o Governo, as praxes, o Hollande, a bola, o fisco, os cortes, a troika, a imprensa, seja o que for. Há momentos na vida em que o prioritário é mesmo prioritário e resume-se a isto: sobreviver.

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