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Delito de Opinião

Política-(mau)espectáculo

José António Abreu, 24.07.15

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De pé em frente a um palanque vazio. Perguntas de eleitores que divagam e se repetem antes de chegarem ao ponto de interrogação. Vídeos e musiquinhas com letras tão profundas quanto aforismos de telenovela. Deslocação do entrevistado para vários pontos do cenário, sem justificação aparente, de que resultam problemas com a iluminação. Bloqueio da imagem do entrevistado por colocação do entrevistador diante da câmara. Acompanhamento do entrevistado «à saída», com mais uma pergunta e uma resposta a meio do caminho, em posição totalmente forçada. Questões extra no cenário habitual dos noticiários, antecedidas da transmissão da entrada do entrevistado no estúdio e da colocação do microfone na sua roupa. Cumprimentos pouco naturais para aqui, despedidas artificiais para ali.

Só me conseguia lembrar do gestor do canal televisivo na série Borgen que insistia em transformar as entrevistas e os debates políticos em espectáculos. Com uma diferença: na ficção dinamarquesa, alguém tinha o bom senso de recusar o ridículo; na realidade portuguesa, ele é abraçado entusiasticamente.

 

(Imagem recolhida no site da TVI24.)

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