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Delito de Opinião

Penso rápido (87)

Pedro Correia, 08.12.17

O ano jornalístico, por cá, começou com um Congresso de Jornalistas. O primeiro do século XXI, o primeiro em 19 anos.

Nada de relevante se avançou nesse congresso. Nem sequer uma tímida proposta de auto-regulação da classe, constituída em Ordem de Jornalistas (com um quarto de século de atraso), como devia ser regra em todas as profissões alicerçadas num código deontológico.

O resultado está à vista. Nova vaga de proletarização dos quadros, novas ondas de despedimentos, novos encerramentos de títulos - alguns muito prestigiados. Há dias, segundo me informaram, o director de um dos principais jornais recebeu instruções da administração para organizar uma lista de despedimentos.

Mais uma, a somar a tantas outras. Enquanto os jornalistas que restam no activo, salvo honrosas excepções, vão escrevendo em circuito cada vez mais fechado, mergulhados nas bolhas do twitter e do facebook, formatando aí o seu imaginário social e extraindo dessas fontes as principais "notícias". Verdadeiras ou falsas, tanto faz.

Com essa tendência, impulsionada por chefias inaptas, cavam ainda mais fundo a sepultura de uma profissão que é essencial à democracia. Porque não há escolhas esclarecidas sem um jornalismo vigilante, prestigiado e competente. Precisamente aquele que mais falta nestes dias tão precários.

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