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Delito de Opinião

Penso rápido (73)

Pedro Correia, 08.10.15

António Costa, ao ter assumido a liderança do PS como assumiu, contestando um secretário-geral legitimado em congresso que vinha de duas vitórias eleitorais, perde toda a credibilidade se continuar em funções após a pesada derrota a que conduziu o partido.
Ou seja: pela própria fasquia que ele traçou para outros, devia ter-se demitido mal foram apurados os resultados na noite eleitoral.
Estamos portanto perante dois pesos e duas medidas: um para chegar ao poder, outro para se agarrar ao poder. Como se a ética da responsabilidade fosse de geometria variável.
Acresce que os partidos mais à esquerda (excepto o irrelevante Livre, que nem chegou aos 40 mil votos a nível nacional) conduziram toda a campanha eleitoral numa estratégia confrontacional com os socialistas: o PCP, agora de falas mansas, transformou mesmo o PS em adversário principal - aliás como já tinha sucedido noutros escrutínios. E em momento algum o PS anunciou aos eleitores que estaria disponível para formar uma frente de esquerda - o que não deixaria de ter inevitáveis consequências na expressão do voto.
Estas coisas fazem-se às claras, de forma transparente perante o eleitorado. E assumem-se com frontalidade. Não podem estar sujeitas a manobras de engenharia pós-eleitoral. Também aqui a ética da responsabilidade não pode ficar a meio caminho. Porque só é válida quando é integral.
Nada afasta tanto os cidadãos da política como este excesso de tacticismo moldável como plasticina, esta inaceitável duplicidade de padrões, esta chocante falta de clareza na afirmação das grandes linhas de conduta.

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