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Delito de Opinião

Os novos censores andam aí (7)

Pedro Correia, 03.04.18

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O feminismo mais radical e misândrico (por militar sem complexos na misandria) anda aí à solta, de asas ao vento, tentando impor os seus dogmas e a sua cartilha proibicionista. Ei-lo aqui bem exposto num  Breve decálogo de ideias para uma escola feminista - elaborado por duas "pedagogas" ligadas às Comissões Operárias, a maior central sindical de Espanha.

 

O que recomendam tão virtuosas senhoras? Proibir o futebol e "outros jogos competitivos" nos recreios escolares. O fim da separação entre lavabos masculinos e femininos nos estabelecimentos de ensino, crivados de "sexismo". E a mudança imediata de nomes dos centros educativos, "eliminando todos os que sejam católicos ou façam referências a militares, políticos ou juristas", substituindo-os por "nomes de mulheres representativas do movimento feminista".

Mas não ficam por aqui: querem também impor a leitura de obras escritas por mulheres, integrando-a numa estratégia para "feminizar a história da arte e da cultura". E destacam as suas autoras de eleição: Virginia Woolf (que elas escrevem "Wolf), María Zambrano, Emily Dickinson, Marta Sanz, Jeannet Winterson, Ali Smith, Clarice Lispector (que elas escrevem "Linspector"), Sarah Waters, Alice Walker, Margaret Atwood e Alice Munro.

Vão mais longe, recomendando que os programas escolares passem a incluir "pelo menos tantas mulheres filósofas como homens filósofos". Exemplos: Marina Garcés, Judith Butler, Donna Haraway, María Zambrano, Hipatia de Alejandría, Mary Wollstonecraft, Hannah Arendt, Chantal Mouffe. 

 

Cereja em cima do bolo: "eliminar livros escritos por autores machistas e misóginos" dos planos de leituras escolares. Proibição total das obras de Arturo Pérez Reverte e Javier Marías, e os Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada, de Pablo Neruda, Nobel da Literatura. Além de denunciarem a "faceta misógina" de filósofos como Kant, Nietzsche e Rousseau - "entre outros".

Uma destas "pedagogas" apresenta-se como "artista, investigadora e educadora". A outra é professora da Faculdade de Educação da Universidade Complutense de Madrid. Ambas com férrea vocação censória. Mas estão muito longe de serem vozes isoladas. No dia em que mandarem, proíbem quase tudo - excepto os sanitários mistos.

Confesso-me nada interessado em perceber porquê.

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