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Delito de Opinião

Os comentários da semana

Pedro Correia, 22.10.17

«Na localidade onde tenho uma pequena quinta, que ardeu (casa, carvalhos e pinheiros), morreram três pessoas!! O meu prejuízo é, uma vez que não vivo da quinta, de ordem afectuosa e moral. Mas ao redor há mortos e vidas cortadas pela tragédia! Gente que vivia ou compunha o seu rendimento com a terra, a floresta principalmente, mais pobre ficará. As marcas do fogo são a cicatriz que agora ostenta, e sem memória de igual. Não tenho dúvida que se regenerará, a minha parte farei!
Daquela coisa a que se chama governo, espera-se que, quando não ajude, pelo menos não estorve!»

 

Do nosso leitor Justiniano. A propósito deste meu texto.

 

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«Tem razão, falhámos todos. Porque após quatro meses tudo continua igual, os mais desprotegidos continuam entregues a ninguém. E deixamos que um governo deste calibre avance no seu caminho de flores aparentes. A capacidade de um governo vê-se nestes momentos. E o que se viu é lastimável. Mais: é inadmissível, a vida humana é o bem mais precioso, aquele por que um estado de direito devia zelar prioritariamente. Pactuamos com quem diz que os portugueses têm que ser adultos; ou resilientes às calamidades naturais (como se, neste caso, não sejam fruto de muito desleixo e pouco zelo por parte de quem manda), têm que se habituar a morrer queimados, talvez. Pactuamos com quem após quatro meses se atém a um relatório que até não fez e propõe uma mudança no ordenamento das florestas. Mas onde é que esta gente tem a cabeça que não lhes pesa tanta morte na consciência, que não pede desculpa aos portugueses por ter deixado tudo igual? A culpa é de todos, mas mais de uns que de outros. E um dia podemos ser nós a arder numa estrada sem regresso; a perder tudo já no final da vida, sem a ajuda de ninguém. Sozinhos.»

 

Da nossa leitora Beatriz Santos. A propósito deste texto do Alexandre Guerra.

 

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«Vou deixar aqui o meu testemunho: quando cumpri o Serviço Militar Obrigatório (SMO), o meu quartel era um dos que colaboravam no combate aos fogos. Inicialmente, combatíamo-lo mesmo, mas após algum tempo - ainda durante o meu período de "tropa" - saiu uma decisão do Quartel General no sentido de os militares não combaterem os fogos. Tal, deveu-se à morte de pelo menos um militar ocorrida durante um fogo na região da Beira, salvo erro. De facto, nós, militares, não tínhamos qualquer experiência ou treino nessa matéria e apenas contactávamos (e éramos enquadrados por) os bombeiros durante os incêndios. Como o meu quartel se situava numa zona de pinhal intenso, acabámos por cumprir a importante função de Ronda aos Fogos: aí, todos os dias viajávamos num Unimog equipado com comunicação rádio e cobríamos uma zona que ia da Fonte da Telha ao Meco. Algumas vezes alertámos para situações de incêndios a começar e penso que essa actividade era importante. Diria que foi o trabalho mais útil que tive durante o SMO. Não sei, francamente, se esse serviço de patrulhamento ainda está adstrito às forças militares, mas deixo a interrogação: porque é que os incêndios raramente ocorrem em zonas que têm muita passagem de pessoas e viaturas, do tipo Serra da Arrábida ou Costa da Caparica? O patrulhamento não deveria ser essencial?»

 

Do nosso leitor Pedro Azevedo, a propósito deste meu texto

 

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«Não ocorreu qualquer furto de armas em Tancos.
O que aconteceu foi uma translação espontânea de corpos sólidos, vulgo teletransporte, micro fenómeno que nesse dia afectou Portugal continental.
Os meus óculos, por exemplo, desapareceram da mesa de cabeceira e materializaram-se na garrafeira da cave, dentro de uma garrafa de touriga. Só há quatro dias consegui encontrá-los. Nunca fiquei tão satisfeito por receber amigos para jantar.
Como estatisticamente estes fenómenos acontecem uma vez no tempo de vida de cada milhão de universos, devemos estar seguros nos próximos quinhentos mil milhões de biliões de anos, mais ano menos ano.»

 

Do nosso leitor João Marques. A propósito deste texto do José António Abreu.

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