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Delito de Opinião

O estertor da candidatura de Maria de Belém

Rui Rocha, 21.01.16

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Chego à notícia da TSF, alertado por um uma transcrição feita no Facebook pelo Luis Aguiar-Conraria:

“Estou disponível para comparar a minha folha de vencimentos”, Marisa Matias estará? “É que não se pode dizer metade das coisas”, deixou no ar Maria de Belém, antes mesmo de fazer contas às remunerações dos eurodeputados. Ora, são 8 mil euros de ordenado base, 4 mil em apoios e 304 por cada sessão em que participam, “metade do salário mínimo nacional só por participar numa sessão”, insurgiu-se a socialista.

 

Trata-se de uma afirmação tão confrangedora como reveladora. Se dúvidas houvesse, na ânsia de atacar Marisa Matias, Maria de Belém diz claramente ao que anda. Para a auto-proclamada única candidata socialista, o mecanismo democrático é uma mera formalidade. Marisa Matias foi eleita para o Parlamento Europeu pelo voto livre de cidadãos eleitores portugueses, acedendo por isso também a determinado nível de compensação pelo exercício de funções? Pois bem, Maria de Belém não pode ser menos. Não interessa se se candidatou, se foi ou não eleita, se cumpre as obrigações, se exerce as responsabilidades. Belém compara-se com Matias pelo único ângulo que lhe interessa: o do valor do tacho. E se não chega lá por remuneração directa, tem de aproximar-se por subvenção. A canga, essa estará sempre sobre o cidadão, eleitor e contribuinte, que deve suportar a obrigação de proporcionar-lhe sustento. Belém é,  disse-o Caeiro e tem aplicação universal, do tamanho do que vê e não do tamanho da sua altura. Pequenina, pequenina, portanto. Bem mais pequenina do que a sua própria constituição já de si tão franzina. Com tamanha transparência reveladora  da sua infinita mesquinhez, Belém decreta involuntariamente a derrocada da sua candidatura à Presidência.

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