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Delito de Opinião

Nem daqui a três gerações

Sérgio de Almeida Correia, 27.03.16

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Já houve tempo em que acreditei que um dia isto mudaria. Hoje tenho a certeza de que nunca irá mudar. Há muitos prismas de análise, muitas maneiras de justificar a forma como estas práticas se vão enraizando e reproduzindo, e até agora têm sido todas igualmente más. Para fazer melhor era também preciso saber fazer diferente. Correr riscos, dar o exemplo, mudar. E não é o facto de se manterem dois ou três da cor dos outros que serve de desculpa para o que se faz. Assunção Cristas também lá ficou com um comissário que não tinha para onde ir durante a travessia do laranjal.

Porque para contas de somar, subtrair, multiplicar e dividir há merceeiros que não falham e também apresentam resultados. Por isso nunca me revi neste tipo de práticas, nunca as aceitei, e serem feitas pelo PS não altera a minha maneira de ver as coisas. São tão medíocres os centristas e social-democratas que justificavam as suas miseráveis nomeações com o que se passava no tempo de Sócrates, como os que agora fazem o mesmo e saem em defesa do Governo justificando com o que se fez no tempo de Passos Coelho e Paulo Portas. Não há boys bons e boys maus.

A maré vai e volta mas os detritos que se mantêm à superfície e chegam à praia são sempre os mesmos. Latas velhas, bocados de esferovite, plásticos imundos, peixe podre. Muito. Ninguém se importa, ninguém os quer limpar porque isso dá muito trabalho. E continua-se a estender a toalha na praia, a levar a cadeirinha, mais o jornal com as palavras cruzadas, a grafonola para ouvir os discos pedidos e o bronzeador. Por mais janelas que se abram o cheiro será o de sempre.

Não há regime que aguente. Não há confiança que resista. No meu país só a inércia é que se reproduz. A inércia e os maus exemplos.

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