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Delito de Opinião

Estava escrito

Teresa Ribeiro, 02.06.14

"Seguro é um líder de transição, ideal para fazer a travessia do deserto e depois queimar" - foi isto que ouvi a seguir à sua eleição para secretário-geral do PS, incluindo a militantes socialistas que votaram nele. Não acredito que Seguro não soubesse desta estratégia. Os quase 68% de votos que obteve contra Francisco Assis continham o germe da sua destruição. Estava escrito, assim que o poder voltasse a cheirar a rosas, haveria sangue.

É assim a política. Ele sabia, mas quis este desafio para provar aos cínicos e a si próprio que era capaz, alinhado com os ditames da psicologia da moda que proclama que podemos ser o que quisermos. Dizem que o Tozé é uma pessoa séria, empenhada, decente. É o que parece. E de facto os media sempre o trataram com a condescendência reservada às boas pessoas que se movem com desconforto no meio dos lobos. Por seu turno, os portugueses há muito lhe perceberam na colocação da voz e na atitude o quanto ele gostava de ser mais convincente e carismático. Na selva estas coisas cheiram-se, é atávico.

Não, não é verdade que se possa ser o que se quiser apenas porque se bate o punho. Vozes de gajos porreiros não chegam ao céu da política.

3 comentários

  • Estou de acordo. E o pior foi Seguro a dizer "então fogem todos?"
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    Teresa Ribeiro 02.06.2014

    Mas diga-se de passagem que também não lembra a ninguém chamar os jornalistas para uma selfie. Os constrangimentos eram mais que previsíveis.
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