Espanha e os seus inimigos
O tenebroso e "repressor" poder político espanhol permitiu que os seus inimigos jurados se constituíssem em listas eleitorais e convocou por sua iniciativa uma eleição a que esses inimigos concorreram. Permitiu que um contumaz, acoitado na capital de um país estrangeiro e que faz proclamações diárias de ódio contra Espanha, encabeçasse uma dessas listas eleitorais. Permitiu que outro relapso, neste momento detido à ordem do tribunal por incitar e promover uma rebelião contra o Estado, encabeçasse uma lista eleitoral alternativa. Vai permitir a formação de um Governo autonómico apoiado por essas duas forças políticas, embora nenhuma delas tenha vencido o escrutínio entretanto realizado. E permite naturalmente que o acusem de mil atentados à liberdade a todas as horas de todos os dias.
Isto no ano em que se completam quatro décadas do maior período de paz, prosperidade e respeito pelos direitos fundamentais alguma vez registado em meio milénio da história de Espanha.