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Delito de Opinião

É tudo uma questão de exposição

João André, 22.06.15

O Verão começou ontem, no solstício de Verão. Ao contrário do que ainda se vai pensando, não estamos mais próximos do Sol. É verdade que ao longo do ano nos vamos aproximando e afastando do Sol, mas não são 6 meses de aproximação (até ao Verão) e 6 meses de afastamento (até ao Inverno). Antes 3 meses de aproximação e 3 meses de afastamento que se repetem. A realidade é que nos equinócios de Outono e Primavera estamos mais próximos do Sol que nos solstícios de Verão e Inverno, os quais têm lugar quando a Terra está à mesma distância do Sol, apenas em pontos opostos. A lógica de o Verão ser equivalente a proximidade do Sol parece simples, mas é uma falácia: na mesma altura do ano, o outro hemisfério do planeta está no Inverno, isto apesar de estar tão próximo do Sol quanto aquele que se encontra no Verão. A diferença de temperaturas não é devida à proximidade, mas ao ângulo que o eixo da Terra apresenta. Este ângulo é o verdadeiro responsável pelas estações. Graças a ele, a Terra vai recebendo quantidades diferentes de radiação solar ao longo do seu processo de translacção. É esta variação das quantidades de sol que provocam o aquecimento (ou arrefecimento) de um hemisfério. Também ajudam a perceber porque razão não é o dia do solstício de Verão o mais quente nem o do solstício de Inverno o mais frio: a radiação solar demora tempo a ser absorvida pelos oceanos, pela atmosfera e pela biosfera, criando assim um atraso no efeito de temperatura. A única certeza que vamos tendo é que o dia de hoje será mais curto que o de ontem e o de amanhã mais curto que o de hoje. Isto numa progressão inexorável até que a Terra se encontre o ponto oposto da sua órbita em torno do Sol. Nessa altura teremos dias muito curtos mas que irão aumentando e duração até dentro de 364 dias, num ciclo que se repetirá ad aeternum até que o Sol um dia (possivelmente, não se sabe) engola a Terra. Nesse dia sim, o Sol estará perto o suficiente para se poder falar de Verão ligado à proximidade do Sol. Infelizmente já não haverá metereologistas para fazer previsões acertadíssimas. Felizmente a crise terá acabado.

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