Alexis Pirro
Vitória clara de Alexis Tsipras, ufanam-se alguns "analistas" comentando o sufrágio de ontem na Grécia. Num plebiscito com uma pergunta absurda, que já estava ultrapassada pelos acontecimentos no preciso momento em que foi impressa nos boletins de voto, numa campanha-relâmpago onde não houve tempo para um debate sério e esclarecedor, com os adeptos do "sim" quase remetidos à clandestinidade perante a maciça propaganda governamental favorável ao "não".
Que vitória?
Com a economia em derrocada, os bancos falidos, a recessão a regressar em força (após o país ter crescido 0,8% em 2014), a necessidade absoluta de financiamento externo de emergência para fazer face às despesas mais elementares e o espectro de uma saída descontrolada do euro se no próximo dia 20 falhar o pagamento de 3,5 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu. E - na melhor das hipóteses - um terceiro resgate a caminho, sujeito ao crivo prévio dos parlamentos nacionais dos restantes países da eurozona, tão respeitáveis como o de Atenas.
Pirro era grego. E também ficou célebre pelas vitórias que alcançou.