O ódio ancestral aos judeus
Depois de José Saramago ter comparado a recente ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto, banalizando assim as atrocidades nazis, outro comunista da linha dura, o impagável Miguel Urbano Rodrigues, desbobina o seu vesgo rancor contra o Estado judaico com argumentos muito semelhantes à extrema-direita que faz do anti-semitismo uma bandeira política. Aqui fica parte da sua prosa, debitada num recente workshop realizado no Líbano:
Sobre o recém-empossado Barack Obama, cai de imediato esta peça de artilharia, tambem assinada por Rodrigues: "Nomeou para chefe do seu gabinete na Casa Branca Rahm Emmanuel, um sionista fanático, mantém à frente do Pentágono Robert Gates, outro sionista, e definiu Jerusalém como «una e indivisível." O homem ainda nem começou a governar e já está a levar bordoada da extrema-esquerda mais caceteira...
Urbano Rodrigues, com o seu estilo primário, tem pelo menos o mérito de expor com toda a clareza o que outros pensam mas não se atrevem a proclamar com tanto à-vontade, nomeadamente em certos blogues da esquerda radical: uma feroz aversão à história, à religião e à cultura judaica. Qualquer plumitivo de extrema-direita, de cabeça bem escanhoada, podia debitar umas linhas semelhantes às que transcrevi acima, sem necessidade de alterar praticamente uma vírgula. Os extremos tocam-se. Isso é patente, mais do que em tudo o resto, no ódio irracional e ancestral aos judeus. Já Hitler e Estaline, fanáticos anti-semitas, estavam unidos por esse traço comum.