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Delito de Opinião

Os injustificáveis crimes da ETA

Pedro Correia, 04.08.09

 

Há mais de quatro décadas que a ETA mata. Utilizando os expedientes mais sinistros, do carro-bomba ao tiro na nuca. Há mais de quatro décadas que uma certa esquerda europeia encara estes crimes com indisfarçável tolerância. Como se o guarda civil alvejado com metralhadoras à queima-roupa ou o autarca socialista que vai pelos ares quando liga a ignição do carro pertencessem a uma categoria menor de seres humanos. Como se as balas que matam, desde que tenham a marca da organização separatista basca, mereçam algum grau de indulgência política. Como se a Espanha onde ocorrem estes crimes não fosse um estado democrático há mais de 30 anos, onde vigora o sufrágio universal e o primado da lei. Como se o País Basco espanhol não fosse a região da Europa que goza de maior autonomia política, administrativa e económica. Como se o homicídio fosse um meio justificável para dirimir conflitos de natureza política. Como se o orgulho nacional devesse exprimir-se pela bala ou pela bomba em vez de se exprimir pela força do argumento eloquente e convicto.

Para assinalar meio século de existência, a ETA voltou a matar. Desta vez as vítimas foram dois polícias. Chamavam-se Diego Salvá e Carlos Sáenz de Tejada. Mais dois a somar aos outros 826 seres humanos ceifados pelas balas dos que teimam em atribuir razões políticas àquilo que mais não é do que um bárbaro, repugnante e inaceitável cortejo de crimes comuns. Sem justificação possível de qualquer espécie.

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