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Delito de Opinião

Chuis

Cristina Ferreira de Almeida, 02.07.09

A Avenida Duque de Loulé é um símbolo de um Portugal que eu rejeito. Durante o dia é uma rua normal de escritórios, com um estacionamento difícil mas ordenado. A partir da onze da noite transforma-se numa república das bananas, com descapotáveis topo de gama de cores garridas largados em terceira fila nas paragens de autocarros. O foco de atracção dos lustrosos proprietários destes bólides, e dos igualmente lustrosos seguranças privados que lhes abrem as portas dos veículos, é a correnteza de bares de alterne de um lado da rua. Não me move nada contra o negócio - cada um paga as contas como pode - mas repugna-me a presença constante e submissa de dois polícias - contratados, com serviços pagos à parte - que zelam para que ninguém incomode os autores das infracções. Como moro ao lado e qualquer rodita em cima do passeio perto da minha casa me custa um ror de dinheiro, considero seriamente a hipótese de trocar de carro para um Z3 amarelo e começar a deixar as chaves ao porteiro do Night and Day. Claro que, à hora a que saio de casa, já as meninas dos clubes dormem a sono solto e o meu Z3 amarelo fará uma triste figura abandonado no meio da avenida, mas sempre tiro a limpo a que horas é que a lei muda em Portugal.

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