Pós-eleitoral (1)
1. A perda de autonomia do CDS face ao PSD em sucessivos escrutínios eleitorais ameaça torná-lo uma espécie de Verdes do PCP. Começou nas autárquicas, prosseguiu nas europeias. Se esta tendência se prolongar nas legislativas, o parceiro menor da actual coligação governamental mergulha na irrelevância.
2. Um pouco por toda a Europa, face à pressão dos extremismos, os resultados eleitorais potenciam soluções de bloco central. Neste sentido, o escrutínio de ontem é o primeiro capítulo da "grande coligação" destinada a concretizar-se em 2015. Dispensando os pequenos partidos, naturalmente.
3. Atenção aos especialistas em marketing político: os slogans eleitorais devem ser sempre avaliados em função não só da véspera mas também do dia seguinte. Aquela que parecia a melhor mensagem, a do Bloco de Esquerda, transforma-se numa das piores à luz dos resultados concretos. "De pé" anteontem, de rastos agora.