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Delito de Opinião

Atravessando o Rubicão.

Luís Menezes Leitão, 31.07.13

 

 

Ontem Rui Rio anunciou urbi et orbi a sua candidatura a substituir Passos Coelho. As suas declarações constituem uma pedrada no charco e representam um claro sinal de que há na actual política portuguesa um amplo sector que não se revê na incompetência política do actual PSD nem está disposto a assistir ao desastre que seria a entrega do país a António José Seguro.

 

Rui Rio cortou a direito e diz o que muita gente está a pensar. Não é aceitável que numa democracia madura os políticos não digam a verdade no Parlamento, pelo que se forem apanhados em falso não têm outra alternativa senão demitirem-se ou serem demitidos. Mas é claro que Passos Coelho não o fará a Maria Luís Albuquerque, uma vez que nem sequer reagiu quando na oposição se colocou a mesma questão em relação a José Sócrates. E também não é aceitável que um partido que proclama querer combater a despesa pública candidate à segunda câmara do país um autarca que deixa uma dívida monumental na câmara que geriu e cujas promessas para o Porto se resumem a um endividamento estratosférico. Esta absoluta incoerência no discurso político vai custar cara ao PSD. E não são as moções de confiança no Parlamento que dão algum balão de oxigénio a um Governo que persiste em cometer erros sobre erros. Essa experiência já a tivemos com o governo de Santana Lopes, que também apresentou uma moção de confiança na Assembleia. Seis meses depois tinha caído. Na verdade, só precisam de apresentar moções de confiança os governos politicamente fracos. E a fraqueza política deste Governo é óbvia ou não estaria a ser dirigido pelo segundo partido da coligação.

 

É precisamente por esse motivo que Rui Rio decidiu ontem atravessar o seu Rubicão, deixando o Porto e preparando as suas tropas para o assalto ao poder.  Das suas declarações não há retorno e o combate tornou-se agora inevitável. Alea jacta est.

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