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Delito de Opinião

Nem gregos nem troianos

João André, 11.07.13

Ouço muitas vezes comentadores americanos dizerem que fulano X, ao tomar uma decisão que é criticada por toda a gente, possivelmente fê-lo bem. Cavaco Silva, ontem, conseguiu o oposto. Em Portugal falamos em agradar a gregos e a troianos como a melhor forma de chatear toda a gente. Parece-me que Cavaco Silva optou antes pelo oposto: passou pelo princípio de desagradar a gregos, troianos e já agora a etruscos, egípcios, romanos e aztecas. Só dois grupos terão ficado satisfeitos: a trupe da presidência e constitucionalistas.

 

A única coisa clara nisto tudo é que Cavaco Silva decidiu ultrapassar Portas na capacidade de gerar confusões. Por um lado isto parece um primeiro passo para um governo de iniciativa presidencial em que o primeiro-ministro é por si escolhido. Por outro Cavaco Silva considera que o governo está em funções e tem condições para continuar. por ainda outra perspectiva, Cavaco Silva considera que apesar de o governo estar em funções, quer que haja acordo entre PSD, CDS e PS. Como Cavaco Silva é tudo menos ingénuo, é óbvio que ele quis fazer uma declaração ao país que não significa mais nada do que «eu é que sou o presidente da junta».

 

Ainda ontem andava a alinhavar um post no qual argumentava que Cavaco Silva, mais que Sócrates, Passos Coelho, Santana Lopes ou outro qualquer, foi o pior político que Portugal poderia ter tido desde o 25 de Abril. Não compreende gosta da democracia, tem terá uma rede de amizades e interesses para alimentar e é parece-me ser (alterações para evitar processos jurídicos) um hipócrita da pior espécie. E tem um absoluto desprezo por todo o sistema político português. Se até ontem eu pensava que eleições legislativas são urgentes, ainda mais urgentes me parecem novas eleições presidenciais.

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