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Delito de Opinião

A vossa atenção, por favor: o Sandy também passou no Haiti

Rui Rocha, 30.10.12

Sandy, Sandy e mais Sandy. Sandy nos Estados Unidos, entenda-se. Em Nova Iorque, em Manhattan ou em Wall Street. Temos os directos, os testemunhos, as vítimas e os prejuízos materiais. Pergunta-se se o Sandy é de esquerda ou de direita, se ajuda Obama ou se ajuda Mitt. Como se não tivesse havido Sandy antes de chegar ali. Como se não tivessem morrido 52 só no Haiti. Como se a juntar à doença, à fome e à desgraça que os haitianos já carregavam o Sandy, esse mesmo Sandy, não tivesse trazido mais 200.000 casas afectadas, mais estradas interrompidas e pontes caídas. E mais doença, mais fome e mais desgraça. Entendamo-nos. A notícia não está onde os factos acontecem. A notícia está apenas onde os nossos olhos e ouvidos chegam, ali onde os jornalistas fazem e acontecem. Antes de ser de esquerda ou de direita, o Sandy foi dos de baixo e só depois dos de cima. Os Nadies de Galeano, os Ninguém que jamais figurarão na história universal das primeiras páginas e das crónicas assinadas de última página, moram por estes dias no Haiti.

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