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Delito de Opinião

Sussexo

Ana Vidal, 21.10.12


 

Sucesso não é termos muitos parceiros sexuais, é termos aqueles que escolhemos. Ou seja, exactamente aqueles que queremos ter - sejam muitos ou poucos - e não outros. Vem isto a propósito deste post do Pedro sobre... galináceos. É a sempiterna questão da qualidade e da quantidade, da oposição ou da intersecção entre esses conceitos, aplicados ao sexo. Se, por um lado, quanto mais alargarmos o universo exploratório, maior será (diz a mais elementar lógica matemática) o conhecimento e a experiência acumulada, por outro lado, a verdadeira e completa intimidade só se consegue com tempo, muito tempo, dedicado a uma única pessoa. A intimidade é uma conquista lenta, valiosa e insuperável, que vai muito além do sexo propriamente dito. Até que um cheiro, um gesto, um hálito ou uma prega de pele se nos tornem familiares a ponto de serem já "nossos", muitas luas terão de passar. O resto pode ser óptimo - e é, frequentemente - mas não passa de uma ilusão de intimidade e de sucesso.

 

Não existem (salvo as inevitáveis excepções para os dois extremos) pessoas "boas" ou "más" na cama. Há, isso sim, "boas" ou "más" conjugações. Basta fazer meia dúzia de perguntas cirúrgicas, individualmente, aos membros de um clássico triângulo amoroso, e as respostas serão, com toda a certeza, contraditórias. Aquele(a) que um(a) descreve como uma "bomba sexual", pode ser visto pelo(a) outro(a) como um monumento à frigidez. Toda a magia está na conjugação. É claro que a tão aclamada "química" é quase sempre perceptível nas primeiras impressões (ou existe ou não existe, é simples), mas ela é apenas o "abre-te sésamo" para uma caverna de Ali Babá cheia de labirintos insuspeitados, repletos de tesouros que só o tempo - e um bom mapa - poderão revelar.

 

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