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Delito de Opinião

Será impressão minha?

Carlos Barbosa de Oliveira, 05.05.09

Imagine o leitor que alguém o convida para uma festa e diz para levar um amigo.
Aceita o convite e desafia um amigo a acompanhá-lo. Acontece que esse seu amigo foi, em tempos, amigo do dono da casa, mas a determinada altura zangou-se e passou a dizer mal não só do dono da casa, mas também de todas as pessoas que fazem parte do círculo que a frequenta.
O leitor sabia de toda a história, mas fingiu ignorar a situação. Aliás, a verdade é que o leitor pretendia divertir-se um bocado e até esperava tirar dividendos de uma eventual escaramuça..
Quando chega à festa, o dono da casa engole em seco ao ver  a sua companhia, mas nada lhe diz..O problema surge quando alguns dos convidados, sentindo-se ultrajados com a presença do seu amigo, decidem dar-lhe uns safanões.
O leitor e o seu amigo abandonam a festa. Cá fora, anunciam com espavento o que se passou e exigem que o dono da casa lhes peça desculpa. Parece-me natural. Embora o dono da casa até se tenha comportado de forma civilizada, não recusando a entrada ao seu amigo,  deve assumir a responsabilidade pelo que se passou.
No entanto, se o leitor for uma pessoa civilizada, também deve assumir a sua quota parte de responsabilidade e pedir desculpas ao dono da casa, por ter sido o responsável pela situação que se gerou.
É impressão minha, ou foi isto que se passou no 1º de Maio?
Bem, há um detalhe que faz toda a diferença. Na realidade, Carvalho da Silva (o dono da casa, que convidou o PS para a festa) pediu desculpas. Não lhe compete exigir a um outro convidado (Jerónimo de Sousa) que também o faça. No entanto, será legítimo que Carvalho da Silva, enquanto anfitrião, exija ao PS um pedido de desculpas, pela provocação que estragou a festa. Não o fez, porque é pessoa educada. O PS não pediu desculpas porque adora a arruaça. Não tem, por isso, qualquer legitimidade para exigir desculpas ao PCP.

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