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Delito de Opinião

O mago das Finanças.

Luís Menezes Leitão, 22.06.12

 

A previsão que aqui fiz de que Cadilhe, ao propor um imposto extraordinário de 4% sobre o património líquido dos contribuintes, estava a anunciar uma medida já decidida por Vítor Gaspar, vai confirmar-se integralmente. Vítor Gaspar já admite que o défice está descontrolado e os resultados da execução orçamental que vão ser divulgados hoje irão seguramente demonstrá-lo, por muito que os assessores de comunicação o tentem maquilhar. Bem pode o Governo andar a repetir o mesmo discurso cacofónico de que "Portugal não precisa de mais tempo nem de mais dinheiro". Pelo menos de mais dinheiro precisa desesperadamente, tanto assim que vai continuar a sugar os portugueses até ao tutano.

 

Ao contrário da maioria das pessoas da minha área política, nunca acreditei em Vítor Gaspar. Estava à espera na sua primeira comunicação ao país de assistir à apresentação de um programa ambicioso e exigente de redução da despesa pública. Em vez disso, ouvi-o a anunciar em voz arrastada o lançamento de mais um imposto extraordinário, sem nada dizer sobre a redução da despesa. Durante este ano tive oportunidade de confirmar que a sua política financeira é tão arrastada como o seu discurso. Quanto à redução sustentada da despesa, nicles. Os buracos do défice tapam-se sucessivamente à custa de receitas extraordinárias ou de cortes de salários. Mas com estes sucessivos aumentos de impostos, o efeito mais provável é o aumento da recessão e até a diminuição da receita fiscal, como qualquer estudante de economia sabe.

 

Vítor Gaspar tem sido qualificado por alguns como um mago das Finanças. Mas a sua gestão do Ministério das Finanças está a ser a de um aprendiz de feiticeiro.

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