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Delito de Opinião

Onde está, afinal, o erro de D. José Policarpo?

J.M. Coutinho Ribeiro, 14.01.09

Recordo-me ter lido há uns anos um livro (não me lembro do título) escrito por uma inglesa (não me lembro do nome) que casou com um cidadão do Iémen do Sul.  Foi viver para aquele país, teve de se sujeitar à vida de lá, não gostou, queria vestir roupas ocidentais, quis fugir, deve ter levado os encontrões do marido e dos familiares, deixou de poder sair de casa. Um dia lá conseguiu fugir do Iémen, voltou a Inglaterra, escreveu um livro que vendeu bem, ganhou carradas de dinheiro e tornou-se uma espécie de heroína.

Confesso que, quando li o livro, não endeusei a mulher. Instruída, sabia muito bem que, ao casar com um muçulmano, ao ir viver para um país muçulmano, teria de se sujeitar às regras desse casamento, desse país e daquela religião.

Não pretendo discutir se são melhores as regras dos católicos ou as dos muçulmanos. O que importa salientar, por agora, é que são regras diferentes e nem sempre compagináveis numa vida a dois.

Foi apenas isto o que pretendeu - creio - dizer D. José Policarpo. Não vejo, por isso, motivo para tanto bruá. Nem vejo motivo para que a Comunidade Islâmica se sinta magoada.  A questão é apenas esta: estará uma mulher portuguesa preparada para viver um casamento segundo as regras do marido muçulmano? E estará um marido muçulmano preparado para casar com uma portuguesa que vive segundo as regras comummente aceites pelo mundo ocidental?

Na dúvida, acho que fez bem D. José Policarpo em chamar a atenção para o facto. Como também acharia bem que o líder da comunidade muçulmana o fizesse.

 

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