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Delito de Opinião

O líder da oposição em Portugal.

Luís Menezes Leitão, 18.11.11

Estas declarações de Cavaco Silva demonstram que ele é o verdadeiro líder da oposição em Portugal. Não falo de oposição ao governo, porque o governo limita-se a executar acriticamente os ditames da troika. Falo da oposição à própria troika, aquele conjunto de funcionários não eleitos e principescamente pagos que efectivamente nos governa. Desde o governo de Beresford no séc. XIX que Portugal não assiste a nada semelhante.

4 comentários

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    Laura Ramos 19.11.2011

    -Crepúsculo dos anões? Eheheh, bem visto... Todos os poderes acabam assim... e ele também não foi excepção.
    -Cavaco não fez reformas enquanto PM? É engraçado o quanto Cavaco suscita ódios. Ou cegueiras. Ou lapsos analíticos. Chega a ser uma espécie de religião. Fez reformas, sim, e muitas. Infelizmente, o cavaquismo transcendeu-o e matou-o. Mas querer igualá-lo à maioria dos PM que nos governou é missa a mais para mim.
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    SC 19.11.2011

    Não fez o essencial. Aliás, como se vê.
    Quanto à economia, nem a monstruosa lei das rendas reviu... E as ruínas de Lisboa e da maioria das cidades portuguesas estão aí para o demonstrar (é preciso ir «lá fora» para perceber que vivemos entre desertos e escombros).
    Não sei o que é a maioria dos PM... Soares não é um pensador, nem um estadista, mas tinha uma ideia geral e superficial sobre o destino de Portugal, que via, com razão, na CEE. Sá Carneiro seria, possivelmente, o estadista que tentaria que aparecesse de uma sociedade civil forte e sem dependência do Estado.
    Todos os outros, principalmente Cavaco, tinham, com graus diversos de inabilidade e irrealismo, a ambição de uma sociedade criada por decreto, fundamentalmente dependente de um estado copiado dos nórdicos - modelos que conheciam mais ou menos mal - num país que tem muito de Marrocos ( nalgumas coisas, menos: leitores de jornais, por exemplo).
    E foi Cavaco, pessoa de escassas letras (e com a formação das meritórias escolas industriais, mas que foram feitas para outra coisa que não políticos) quem mandou, por telefone, assinar o assassinato ortográfico.
    Que tenha chegado onde chegou apenas prova a nossa incapacidade (literal, até à falência) e, ironicamente, a dele.
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    Laura Ramos 19.11.2011

    Cavaco não reviu a lei do arrendamento? É verdade. Mas talvez lembrarmos o seguinte: quando chegou ao poder tinha passado 1 década desde o 25 de Abril: para trás o caos total, os desmandos financeiros, o desnorte, a politização total da economia. Não sei se viveu esses tempos, mas eu vivi. Com os olhos de quem chega à idade adulta e depois de um período de anestesia lírica começa a perder a paciência com a indisciplina nacional, o exagero dos demagogos e a fuga permanente dos políticos às questões principais do país. Era insuportável assistir à falta de rumo e ao jogo do avesso e do direito daquela época demasiado longa. Cinco anos depois do 25 veio Sá Carneiro, o primeiro discurso coerente e sério sobre o futuro; o primeiro a dar passos firmes para a convergência europeia, é bom não esquecermos; o primeiro a dizer basta de regabofe e de expedientes de ocasião; basta de baile da preguiça; e veio o assassinato; veio essa perda histórica da 1ª oportunidade de sermos uma democracia moderna e de futuro. Em seguida, novo avesso (ou direito, consoante nos posicionarmos). E então sim, Cavaco. 85-95 não foram anos de reformas? Muitas mesmo. E de ordem, finalmente, ordem. Era um social democrata mais socialista do que os socialistas, em termos de visão política? Era. Defendia a intervenção do Estado na economia? Pudera.... Temos de o entender dentro do seu contexto histórico. Desde que de lá saiu, já passaram 17 anos. Foi um grande PM e agradeço-lhe o que fez pela minha geração.
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