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Delito de Opinião

O comentário da semana

Pedro Correia, 07.11.11

 

«Nos próximos tempos, refiro-me em termos de semanas, Portugal terá um problema muito sério para resolver, além do Orçamento do Estado. Para mim, esse problema é muito mais sério do que este último, e refiro-me concretamente ao sistema financeiro/bancário nacional, em avançado estado de decomposição. Há quem afirme que os bancos estão a “desconto”, isto é, cotados na bolsa muito abaixo do valor real (em cerca de 60%), segundo modelos de análise que, na minha opinião, não consideram convenientemente factores conjunturais da actualidade, nomeadamente a crise das dívidas públicas (a grega, em particular). Erro crasso…

A falta de liquidez é tão evidente como a aldrabice dos testes de stress divulgados no início deste Verão. Aliás, a aldrabice tornou-se normal para as altas entidades políticas e financeiras europeias, com o BCE num dos lugares cimeiros, claro. No meio deste turbilhão, a própria sobrevivência do euro é questionável, a curto prazo.

Depois de anos empanturrados em lucros porno-financeiros e todo um conjunto de práticas eticamente discutíveis (e muitas claramente abusivas, como demonstram alguns factos da semana passada: a decisão dos tribunais portugueses contra o Millenium bcp nos arredondamentos do crédito à habitação; a multa de 5 milhões de euros ao BES pelo regulador norte-americano SEC), a banca está a colher as tempestades de ventos que andou a semear. Os banqueiros multiplicam-se em brados ridículos. A prepotência tolda-lhes a razão ao não reconhecerem os erros acumulados, ano após ano, e a respectiva ganância é por demais obscena.

Há umas semanas, escrevi que a reestruturação da banca nacional (entenda-se, concentração) é inevitável. Para já, aposto na dupla BCP+BPI. Com estes acontecimentos, reforço esta percepção da seguinte forma: além de mais inevitável, é urgente.

Moral da história:
Entretanto, a economia britânica cresce mais do que o esperado. Por que será?!»

 
Do nosso leitor Gonçalo Correia. A propósito deste texto do Rui Rocha.

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