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Delito de Opinião

Madeira: privilégios que persistem

João Carvalho, 27.10.11

Ainda há quatro políticos portugueses no activo que acumulam pensões de reforma com o vencimento dos cargos que ocupam. São todos da Madeira e a exercer na Madeira. Trata-se do presidente da Assembleia Regional, do chefe do Executivo Alberto João Jardim e de mais dois membros do Governo. Por sinal, já aqui me referi à continuidade dessas acumulações.

A Assembleia Regional da Madeira afectou este ano 1,6 milhões de euros, um-décimo do seu orçamento, para o pagamento de subvenções vitalícias a 52 ex-deputados, um privilégio que os políticos do continente e dos Açores perderam em 2005, na sequência da alteração do regime relativo a pensões e subvenções dos titulares de cargos políticos, os quais perderam as acumulações por inteiro e passaram a ter de fazer opções.

Agora, com a previsão de que tais privilégios, regalias e mordomias vão levar uma machadada radical, os políticos madeirenses vão entrar nos eixos e ficar finalmente equiparados a todos os outros políticos portugueses. É um efeito que tarda, mas que já se desenha no horizonte.

Até lá — e retendo a situação de privilégio da Madeira desde 2005, quando recusou a afinação pelo diapasão nacional — bem podem os políticos madeirenses favorecidos dar corda às lamúrias sobre moral, solidariedade, partilha de dívida, etc., e aproveitar para limpar as mãos à parede. Especialmente esses madeirenses exemplares que são o presidente do Parlamento e o presidente do Governo (e subordinados mais próximos), homens seguramente vacinados contra o rubor nas faces.

2 comentários

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    João Carvalho 27.10.2011

    Perdoado? Ali Babá era um santo homem.
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