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Delito de Opinião

Comunismo e ejaculação precoce

Pedro Correia, 28.03.09

 

A cineasta Raquel Freire concede hoje, ao semanário Sol, a mais hilariante entrevista que tenho lido na imprensa portuguesa de há muitos dias para cá. Fazendo um rasgado elogio dos "sistemas marxistas", onde "havia mais piscinas" do que no capitalismo, a realizadora de Rasganço compara os dois modelos alternativos de sociedade, centrando-se com nostalgia na Alemanha da era do Muro de Belim. E parece ver vantagens óbvias no comunismo: "O sexo na Alemanha comunista durava mais tempo e era melhor. As mulheres, como adoptavam as doutrinas feministas, achavam que também tinham que ter orgasmos, que não eram só os homens. Já as mulheres da Alemanha Ocidental faziam um bocado o papel de bonecas insufláveis, como as nossas mães e as nossas avós. Na Alemanha comunista usavam-se métodos contraceptivos e estava muito mais presente a ideia do sexo pelo prazer e não apenas com o objectivo da reprodução."

Certamente tão espantado como eu com esta torrencial associação entre sexo e ditadura comunista, o entrevistador, José Fialho Gouveia, pergunta-lhe: "O comunismo combate a ejaculação precoce?"

Raquel não se atrapalha: admite logo que sim. "Provavelmente, mesmo que os homens ejaculassem depressa eram obrigados a continuar a relação e a dar prazer às mulheres." Lembrei-me então daquelas célebres fotos dos beijos na boca entre Brejnev e Honecker - dois símbolos do anacrónico mundo comunista - destinados a selar a "solidariedade internacionalista" sob a foice e o martelo.

Nada melhor, com efeito, para combater a ejaculação precoce...

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