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Delito de Opinião

Uma retroescavadora é que era, não?

Rui Rocha, 27.03.11

Há quem diga que o primeiro passo para sair de um buraco é parar de cavar. Mas, também há quem entenda que o melhor caminho é continuar a cavar com uma enxada ainda maior. O nosso Governo, que nesta coisa de movimentação de terras  é mais eficaz que a Depuralina a eliminar resíduos, alinha claramente com este último grupo. Vai daí, enquanto Teixeira dos Santos segurava o quarto representante da dinastia dos PECs numa mão, José Sócrates assinava o Decreto-lei 40/2011. O diploma aumenta de forma socratosférica os valores dos contratos que as entidades públicas podem celebrar por ajuste directo. A título de exemplo, o Primeiro-Ministro poderá adjudicar sem concurso público contratos até 11,2 milhões de euros quando até agora estava limitado a uns miseráveis 7,5 milhões. Os ministros quase duplicam os valores que podem autorizar e as actualizações para municípios e directores-gerais são ainda maiores. Tudo muito coerente com o ambiente de austeridade, de rigor e de contenção da despesa. O novo regime entrará em vigor no próximo dia 1 de Abril e a data foi bem escolhida. Parece mentira, mas não é. Em contrapartida, é uma verdade de muito mau gosto. Que não deve ser esquecida no concurso público já lançado para escolher o novo Governo. Esse é o momento adequado para fazer um ajuste directo. De contas.

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