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Delito de Opinião

O "se" angolano

João Carvalho, 10.03.09

Esta primeira visita de Estado de José Eduardo dos Santos a Portugal poderá levantar muitas dúvidas e não há-de faltar quem lhe ponha todos os defeitos, desde a situação de um país em que o Presidente se eterniza no poder até ao afastamento entre Luanda e Lisboa que caracterizou muito tempo as relações bilaterais, passando ainda pelos poucos ou nenhuns privilégios ao investimento português em Angola (ao contrário do que acontece com a maioria dos Estados-membros da CPLP).

Um ponto, porém, deve merecer reflexão aos críticos: o Chefe de Estado angolano vem a Portugal em visita amistosa e, ao que tudo indica, apresenta-se aberto ao diálogo. Se assim for, é preciso que nos lembremos de que Angola é, cada vez mais, um destino preferencial dos portugueses que partem empurrados pela crise internacional e pelo desemprego. E, pelo crescimento potencial de Angola, é também alvo apetecido dos investimentos nacionais.

Perder estes dois aspectos de vista é ignorar os nossos próprios interesses. Porque, se o mundo inteiro entrar em recessão, ninguém ficará espantado se viermos a verificar que Angola será o último país a senti-la e o primeiro a sair dos indicadores negativos. Mesmo assim, nada disso em Angola é inteiramente presumível: só se.

2 comentários

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    João Carvalho 10.03.2009

    É difícil aceitar o passado recente, mas José Eduardo dos Santos foi ao Parlamento explicar o futuro próximo: revisão constitucional em curso e eleições presidencias nos termos constitucionaos.
    Seja qual for o ponto de vista, com Angola a investir em sectores estratégicos em Portugal, alguma coisa deve impedir-nos de olhar pelos nossos próprios interesses?
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