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Delito de Opinião

I say potato, you say potatoe...

Paulo Gorjão, 11.01.09

"As dificuldades que o País enfrenta exigem que os agentes políticos deixem de lado as querelas que em nada contribuem para melhorar a vida dos que perderam o emprego, dos que não conseguem suportar os encargos da prestação das suas casas ou da educação dos seus filhos, daqueles que são obrigados a pedir ajuda para as necessidades básicas da família. Não é com conflitos desnecessários que se resolvem os problemas das pessoas. Nesta fase da vida do País, devemos evitar divisões inúteis. Vamos precisar muito uns dos outros."

Estas palavras foram proferidas por Aníbal Cavaco Silva na mensagem de Ano Novo. É claro que está implícito nestas palavras um apelo ao sentido de responsabilidade dos agentes políticos. Mas não será um pouco paternalista?

Como ciclicamente acontece, as suas palavras revelam uma visão tecnocrática e apolítica. Trata-se de uma leitura da política enquanto realidade objectiva que não tem qualquer sustentação nos factos. Na prática, Cavaco Silva pede aos agentes políticos que neguem a sua própria natureza, por um lado, e, por outro, olha para a política como se esta existisse num ambiente esterilizado e asséptico, controlado por computador, de acordo com os parâmetros técnicos estabelecidos pelo conselho de senadores. A realidade, felizmente, é muito mais interessante e criativa, para o bem e para o mal. A democracia não é um regime perfeito, mas ainda assim é aquele que mais me agrada. Apesar das querelas, dos conflitos desnecessários e das divisões inúteis.

2 comentários

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    Paulo Gorjão 11.01.2009

    Cristina, o discurso foi fraco, de facto. Inconsequente, a meu ver, para não variar.
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