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Delito de Opinião

Em defesa da literatura portuguesa

Carlos Barbosa de Oliveira, 02.03.09

Andou o país inteiro a zurzir na PSP pela apreensão de um livro cuja capa reproduz um quadro de Courbet, mas refugiou-se no mutismo quando se tratou de sair em defesa de uma escritora portuguesa.
A GNR entra inopinadamente em casa de uma escritora de reconhecidos méritos, elogiada por milhões de portugueses pela qualidade e densidade programática da sua obra,   e ninguém se revolta?
Ainda por cima a GNR entrou em casa da escritora num momento impróprio pois, como declarou aos jornalistas que expectantes a aguardavam à porta do Tribunal, onde chegou num jeep, devidamente escoltada,  “Estava a vestir-me  quando chegou a GNR”.
Considerada pela imprensa como a revelação literária de 2007, aplaudida em alguns meios judiciais que lhe concederam o direito a gozar de segurança privada e aclamada pela opinião pública, a escritora foi ouvida no tribunal do Bolhão, no Porto, onde normalmente são julgados alguns casos de pilha-galinhas.
Exigia-se  que o tratamento indigno a que esteve sujeita a vencedora do Prémio Literário “Vidente do Monte da Virgem” fosse, no mínimo, alvo de   uma forte reacção por parte da Sociedade Portuguesa de Autores, mas aquela entidade remeteu-se a um silêncio comprometedor.
Valha-nos a imprensa isenta e defensora dos valores culturais portugueses, como o 24 Horas, o Correio da Manhã, ou “A Bola”, que em momento oportuno denunciaram este tratamento aviltante a que a GNR sujeitou Carolina Salgado, a escritora da Nação benfiquista,  “fetiche” de João Botelho, Luís Filipe Vieira, e do “Barbas” e muito apreciada por Maria José Morgado.

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