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Delito de Opinião

Os desiludidos fãs de Queiroz

Pedro Correia, 09.07.10

 

Carlos Queiroz, acolhido há dois anos como seleccionador nacional por um coro quase unânime dos comentadores futebolísticos, ao jeito de um concerto para piano e vuvuzelas, recebe agora as primeiras críticas dignas desse nome na chamada imprensa da especialidade. Mais vale tarde que nunca. Mas convém não esquecer que estes mesmos "críticos" são aqueles que festejaram entusiasticamente a contratação de Queiroz por Gilberto Madaíl, como alternativa ao odiado Scolari.

A mudança de posição deles é tão grande que, para contrariar esta plêiade de "analistas" da bola, quase me apetece agora defender Queiroz. Só não o faço por uma questão de elementar coerência. Acontece que, no momento em que o actual seleccionador português ainda era levado em ombros pela opinião pública futebolística, já eu destoava do tom geral. Em textos como este: A brilhante selecção da era Queiroz (11 de Setembro de 2008). Ou este: Toma lá mais seis, Queiroz (20 de Novembro de 2008). Ou ainda este: O clube de fãs de Queiroz (24 de Novembro de 2008).

Como é óbvio, nada tenho a alterar em relação ao que então escrevi. Mas vale a pena ler os comentários que esses meus textos suscitaram para se perceber melhor como era favorável o ambiente da 'opinião pública' relativamente a Queiroz, o homem que teve tudo ao seu dispor e agora vem queixar-se da "estrutura amadora" que ele próprio construiu, numa versão recauchutada dos inqualificáveis desabafos proferidos em 1994, ao falhar a qualificação da selecção nacional para o Mundial dos Estados Unidos. Dê o mundo as voltas que der, há coisas que nunca mudam.

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