Como não morre o peixe
Quando Miguel Vale de Almeida, do Jugular, não sabia «como é que um ser humano normal se sujeita a ir ao programa de Fátima Campos Ferreira» (aqui), também não sabia como é que ele mesmo se sujeitaria a ir ao mesmo programa dias depois. Não sabia, mas agora já sabe: basta ser convidado, aceitar o convite e comparecer a horas, como se viu.
O caso podia ser considerado uma anormalidade, lá isso podia, mas valeu-lhe a opinião insuspeita de João Galamba, outro ser igualmente humano e igualmente do Jugular (aqui): «O Miguel esteve mais do que irrepreensível: ele pôs as coisas nos termos que verdadeiramente importam.»
Moral da história: para um peixe não morrer pela boca é preciso que haja simultaneamente um opinador tolerante no mesmo aquário e, sobretudo, o peixe ser mais do que irrepreensível. Quer dizer: ele pode não saber isto e aquilo, mas tem de saber nadar em todas as direcções — em todas as águas...
(As cores deste aquário são da nossa responsabilidade e apenas servem para fazer bem aos olhos; não servem para lavar estados de alma.)